Amar alguém demais e ver no peito esse sentir fenecer
Não há dor maior
O labirinto se amplifica
Escuridão toma conta
Ah ferida cruel que se instalou no meu coração
Dedicar-me é tudo o que faço
Recompensa não encontro
As míseras migalhas já não fazem sentido
Pura ilusão
Como eu te quero
Como eu desesperadamente te desejo junto a mim
Explode em mim um vulcão de emoções
Tudo queima
Minha alma arde
Amar , ah amar,por que me permiti a isso?
Dói
Uma dor terrível
Inexplicavel
Em cada um esse sentir se eleva de maneira direfente
Cada um sabe a sua dor
Respirar já não consigo
Difícil manter a vontade de viver
Quero muito sentir um alívio
Um apenas
As paredes do meu quarto já estão surdas
Pedem clemência
Imploram para que eu não grite mais
Ó tristeza de amar
Amar, amar , amar, amar, amar ...
Será esse o meu mal?
É um amor pobre aquele que se pode medir mas mais pobre ainda é permitir-se amar quem te despreza.
ResponderExcluirum abraço poeta
A Alegria na Tristeza
ResponderExcluirO título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.
O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.
Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.
Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.
Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.
Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.
Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada. Triste é não sentir nada e mais triste ainda são aqueles pobres de espírito que ignoraram um ser que ama assim.
Martha Medeiros
aiiii! simplesmente lindo! demais... cada linha um suspiro meu
ResponderExcluirParece muito comigo.
"Ó tristeza de amar
Amar, amar , amar, amar, amar ...
Será esse o meu mal?"