LÉO VINCEY - POETA,CRONISTA,CONTISTA ,LOCUTOR...


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Poeta do acaso...


 Não escreverei  poesias  sobre  qualquer  fato que surja
A vida embora ofereça motivo a todo instante
Não quer aparecer só para satisfazer a necessidade de alguém se sentir vivo
Raios que o partam e o transformem  em cinzas
O desafio de escrever é de dizer o que não é dito
Mesmo que se o diga
Uma dúvida pode ficar
Pouco importa a dor que sente
Se é que se sente
Somos todos poetas ou poetisas?
Claro que sim,alguém pode até pensar!!!
Acaso alguém perguntou algo?
Ser  poeta do acaso
Palavras certas na hora errada
Hora errada e palavras certas
Acaso estou diante de ti
Diante de ti, descubra-me
Guarde os despojos para os famintos
Lamba os beiços
Sorva de si mesmo a angústia
Se nada sobrar
Sou eu...

terça-feira, 2 de abril de 2013

Na tua cara...


  
O quarto já não está escuro
Cães rondam o pensamento
Nada está seguro
Flores ressecadas no vaso
Estão mais vivas
Fazem um réquiem aos homens
Legião de perdidos, sem rumo, à espera de uma luz
Impossível, vozes caladas estrategicamente
Ninguém percebeu os sinais
O corpo está leve
Esvaziado
Sem carinho para dar
Sem a sensibilidade
Sem palavras, nada mais importa
O que pesa
É essa língua a lamber o impalpável, o ar fétido
É essa ausência de vida nos corpos, a morte ainda não os salvou
É essa consciência, tão cantada,
Inútil, nas tuas mãos...
Sem ação a vida não é vida
O quarto já não está escuro...