LÉO VINCEY - POETA,CRONISTA,CONTISTA ,LOCUTOR...


sábado, 22 de novembro de 2014

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Sou louco por ti, é inegável
Uma loucura ainda não descrita pela ciência
Nada desses estereótipos
Com frases feitas, metáforas, comparações
E o mais que senso-comum possa imaginar
E muito menos tipo físico pré-determinado
Sou louco por ti
O chavão para por aí
É amor o que sinto?
Assim o dizem
Não me canso de me desviar dos objetos
Dos inúmeros curativos
Das freqüentes visitas à lei
Estou contigo sempre
Se o amor tem lados pouco me importa
Só ao teu lado importa
Sou teu chão teu ombro teu desejo tua loucura teu nada teu tudo
Somos essa simbiose que o mundo acolhe
Não tem jeito: sou teu, és minha     

Já disse que sou louco por ti?

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

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Vagueia pelo tempo um aroma
Doce azedo amargo insólito implacável
Em diversas formas e formas
Numa forma cria forma
Chega sem pedir licença
Destrói conceitos e preconceitos
Equilíbrio e razão já não existem
Por vezes abafado no peito fica
Sempre se renova, se reinventa
Necessário por toda uma vida
( mesmo que o desprezem,
  mostra a força que tem )

A ele dão o nome de Amor

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

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Os goles de bebida,as baforadas do cigarro,
O som sempre no último volume
Eram rotina
Do ventre escutava o mundo gritando
Na escuridão do mar abriu os olhos
Mastigou o umbilical cordão
Mergulhou fundo ao já conhecido
Ninguém entendia o choro de protesto
Viver dói
A vida marcada,com data de validade
Roleta russa temida
Lentamente
Lentamente o tic tac, tic tac, tic tac
Despertador ativado
A pele esticando pra cima, pros lados
Os hormônios metabolizando vontades
A criatura criando cópias
Viver dói, só pensava
Pouco importa o abraço final
Bem lá no fundo o horror
Os olhos de vidro prevendo o previsível
Tic  tac, tic tac , tic Tac
Fez amor com a morte pela eternidade


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

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Tal qual um cão a roer o osso
Sob os olhares atentos
Num  obsessivo desejo
Esfaqueou as convenções
Cuspiu na cara da ética
Enterrou quaisquer preconceitos
Gritou bem alto
“Morra  amor em minhas entranhas”
Era inútil,não havia
A ilusão da ilusão
No esvaziar de si beijou até os lábios sangrarem
Aquele momento poderia ser o último

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É uma questão de tempo
O tempo vive a contar a si mesmo
Intacto segue absoluto
 Medida relativa
Em cada um distorce,torce e evapora
Na finitude do ser
A matéria se esvai
E o além dela
Havendo ou não, desfila o tempo
Qual o maior desejo
O que se acumula em vida
Em algum lugar
Alguém coleciona emoções
Indiferente a tudo prossegue
É uma questão de tempo
A colheita virá
O fruto exalará o perfume?

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

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Abro a janela do quarto
Os ruídos diversos não me incomodam
Respiro o ar cinzento todo dia
No meu peito essa ânsia
Repetidas vezes  tua voz no gravador da memória
Um sabor acelera os batimentos
O teu cheiro em toda parte aqui
Senti-me mulher ao simples toque teu
Reféns um do outro ficamos
Clausura querida,desejada
Volto à janela
Movimento muitas vezes feito
Observava teu vulto sumir no horizonte
Os risos as brigas os sonhos circulam em nosso quarto
Partiste repentinamente
Os anjos te fazem companhia
Tua semente cresce em mim
Tua história conto a ela

Em sonhos nos amamos toda noite

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

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Podem me chamar de piegas
Ultrapassado e até bobo
Sou regido pelo amor
De mim ele tomou posse
Quem me vê afirma
“Eis aí um homem que parou no tempo”
Flores,bilhetes,beijo na mão,mãos dadas,
declarações ( de todas as formas – as silenciosas são minhas preferidas )
É comigo mesmo
Ah Amor
Falar dele não significa carência, obsessão
Não falar,  não significa ausência do sentir
Todos amam de acordo com sua medida
( se é que se mede o amor )
Sê amor então
No meio do caminho de nossas vidas
Tudo conspirou a nosso favor
Ao te ver,ao te tocar
A cada palavra escutada e dita
Ditou em mim uma força incontrolável
Mudei a mim mesmo
O que estava a minha volta um colorido ganhou
Teu gosto não me sai dos sentidos
Tua vida em minha vida dá-me força
Se porventura parar de respirar
Teu beijo levo em mim a outras vidas

Até encontrar tua boca na minha