LÉO VINCEY - POETA,CRONISTA,CONTISTA ,LOCUTOR...


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

...

A multidão em mim se dispersou
Do silêncio um grito
Vozes agonizantes acariciam o vazio
Na parede o tic tac acompanha  o meu coração
Uma bomba explode
O Tempo
Maldito Tempo
Tempo maldito
Fez-me prisioneiro
Ele enlouqueceu
Azucrina minha rotina
Os meus eus fazem falta
Pai Político Amante Podridão Esposa Inimigo Filho Marido Guerreiro Amigo Hipócrita Vencedor Filha Psicopata Intolerante Falso Luz Tolerante Derrotado Manipulador Mãe...
Ah legião dispersa
Quando voltará
O mundo lá fora asfixia
Estou preso em mim
Quero a bolha
Só ela me salva
É meu conforto
Não digo nada

Já não há mais tempo...

terça-feira, 5 de novembro de 2013

NOSSA VONTADE...

Como a brisa tocando em teu rosto
Extasiando a Natureza de emoção
Como o sussurrar de anjo a ninar o bem precioso
Como criança cúmplice,vivendo intensamente o agora
Assim pretenso e tímido,prostro-me diante de ti
Em ti a luz,em mim as trevas
Entre nós ,a vontade
Se vens, afasta-me
Se vou,nem me notas
Luz e trevas
Tu és a força,a criação
Uma centelha de  ti em mim,vida
Estranhos que se querem,se completam
Na tua ausência,sinto-te presente
Na tua presença,ruborizo
Na superfície de nós,o beijo
A nossa vontade
À vontade...

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

PALAVRA...

A palavra lavra a larva suicida
Corpo fecundo,filha rebelde,egoísta
Forma diversa,o tempo não a detém
Se tem mãe ou não,no túmulo se revolta
Pureza promíscua,vilã ou heroína?
Atônito se fica diante dela,misteriosa
Em cada face um rosto,uma vida,um desespero
Palavra,a lavra,a larva,palavra,palavra...
Vários olhares sob o mesmo signo...

domingo, 11 de agosto de 2013

...

Há em mim uma alegria imensa
Tuas carícias provocam um prazer divino
O líquido da vida escorre em meu corpo
Semente em busca do oceano
Olha à janela, nossas crianças brincam felizes
Minha boca sussurra promessas
Teu olhar busca uma tristeza
Os gritos já não sufocam mais
Recosto minha cabeça em teus ombros
Durmo sabendo que estamos salvos
Tudo é perfeito em tuas mãos

...

Meu mundo em um abismo pulou
Flores me foram dadas
Como agulhas ferozes aplacavam a ansiedade
Meus braços abertos tocam em cada pétala
O vento afaga o calor que sinto
Como sabias das rosas, lírios,begônias,orquídeas,amor-perfeito...?
A ostra esconde a pérola
Arrancada do corpo a língua escreve mentiras sobre nós
Um beijo acalma tudo
Mas essa vontade,essa loucura de ter abrasa a alma...

...

Caminho pela casa revivendo lembranças
Em cada cômodo vozes alegres me extasiam
Ouço a tua respiração,
Os calmantes me comovem
Cada parte de mim está em ti
Os vizinhos esperam o café
Risos amarelos na sala
O presente é tão passado
O futuro holográfico zomba dos charlatões
Há uma janela e o sol brilha em algum lugar
Não mais do que aqui
Teu gosto corre em meu sangue
Felicidade é tocar no amanhã
As ruas de nossas vidas são paralelas
Esquadrinham o Paraíso...

...

A escuridão me conforta,anjo em mim decadente
Nossas fotos desbotadas revelam o mistério
Os ladrilhos da casa brilham muito
Emolduram nossas conquistas
Senti ao teu lado o melhor em mim
Sentir é viver o que há
Sem medo
Como fazes falta
Humores que o tempo não apaga
Arranco os cabelos de saudade
Chuto o balde da rotina
Escancaro a porta
Há um canto da casa só nosso
Vem...

...

Meu corpo carrega um líquido precioso 
Antes de vir ao mundo,imersa nele estava
Muitas histórias dele ouvi
Ó mundo maravilhoso que me abraça
A terra sugará o meu sangue a cada dia
Se cheiro ou fedo, o perfume esconde o odor natural
Nos teus braços encontro paz, flutuo...
Apague a luz, mergulhe em mim
A vida é breve e esse momento é único
Termos um ao outro basta
Tuas mãos
Minhas mãos
Nossas mãos
Enlace perfeito
O oceano somos nós...

...

Rendo-me a uma chama vaporizante
É o amor,é o amor,é o amor, eco renitente
A voz ecoando nela seduz,arrasta,imobiliza
É o amor,é o amor,é  o amor, vento arfante
O olhar,o toque,o perfume tão constantes,carícia vibrante
É o amor,é o amor,é  o amor, luar escaldante
Nas mãos trevas e  luz em harmonia, a boca convidativa,apaixonante
É o amor,é o amor,é o amor, estrela cadente
Atrás do véu um rosto,imagem sonhada,desejada,envolvente
É o amor,é o amor,é o amor, dádiva da gente
Um nome é gritado fortemente,sai do coração ainda quente
É o amor,é o amor,é o amor,dentro de mim corrente...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

MEU GRANDE AMOR...

Não há um segundo em que não pense em ti
Todo o meu ser,minha existência,meu ar,meu olhar,meu toque...são voltados a ti
Há uma música que meu coração toca até quando estou dormindo
Tu bem sabes,já a disse a ti
O meu coração dá ritmo a ela,cadencia o teu nome constantemente
Nós não somos perfeitos
Buscamos constantemente a harmonia
Descobrimos sempre o caminho a seguir
Cumplicidade até na discordância de opiniões
Quantas vezes tu me dissestes para ter cuidado com as escolhas
Eu também  disse a ti
Eram idas e vindas,mas sempre juntos
Dizem que o rio vai ao encontro do mar
Creio nisso,nosso Mar é o Amor
Nele há mistérios para serem revelados...
Uma vida é curta,há o além
Nos encontraremos?
Tiveste que ir
O céu te abraçou
Meu peito quebrantado grita por ti
Tento sorrir
As pessoas acreditam que superei
As paredes do meu quarto me confortam
Só elas sabem o que sinto realmente
Vez ou outra tua imagem aparece nela
Devemos ficar juntos,esse é o meu desejo
Meu grande amor,
Contigo aprendi a me reerguer das amarguras da vida
Por cauda de ti,suporto a barra
Será que existe alguém como eu,como tu?
Será que nossa história se repete?
Meu grande amor,nossa cama não está vazia,nela eu te vejo
Abraço o travesseiro ,beijo teu rosto,tua boca...
Ah amar assim me faz melhor
Sei que olhas por mim de onde estás

Aqui de mãos dadas caminho contigo...

segunda-feira, 3 de junho de 2013

...

No princípio era o Nada
O Nada fazendo eco
Implorando o Tudo
Dizendo tudo...
A escuridão tomando conta
A palavra criando forma,espalhando confusão
Ironia perpetuada : todos somos iguais
Bípede dominante acasalando o infinito
Produção cruel homicida
Geniocida narcisista do espelho não tem pudor
No princípio não havia princípio
Fez-se o universo,imagem ilusória da mente
Não há nada lá fora
O  Nada persiste
Aqui dentro o barulho de existir

sexta-feira, 31 de maio de 2013

A UM QUERER...

A lua nua envergonhada
Ruboriza-se a um riso
O siso que não se tem
Nos teus cílios enlouquecem
Amar?Não digo que o sinto
Mas, a musa que se esvai em nuvem
Disputa com a lua
Dividido entre paixões
Tomo um gole de vinho
Afogo-me em sentimentos
Deixo apenas um beijo
Um sonhado
Talvez recusado
Acalmar essa vontade
A lua chora
A musa implora
A dúvida
Bendita e maldita dúvida
Me devora...

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A DANÇA DOS MORTOS...


Em seus túmulos reviram-se
Impotentes soltam urros, é o máximo que podem
A lembrança da casa,da família,do amor,da vida,corrói
O sangue gélido que corria nas veias,faz falta
Pelo menos isso
Era o único sinal de vida existente
Há muito a carne apodreceu
Comida de vermes
Cadáveres reivindicam o seu lugar
Os túmulos não os acomodam
A saudade da vida revigora a vida podre
Podre vida que se vive
Mentes vazias dominam a cena
Impropérios são ditos,nada acontece
A loucura dos esqueletos aflora
A cena está montada
Quem está vivo realmente?
De passado se vive
Os mortos regozijam-se
A dança começa
Cada um busca o par que a vida-morte uniu
Os iguais são tão diferentes
Cada dor,alegria,desejo,vontade,ambição,perda,amor... São únicos
Cada um o sente a sua maneira
Viver é estar abraçado com a Solidão
O depois,ninguém o disse,só se especula,só se quer acreditar...
Amarra-se um barbante na nuvem,sente-se a música e rodopia-se ao vento
O velório da vida prossegue
Renascer : um desafio
Ah,essa música da vida que não para
Ritmos dissonantes cadenciam o coração
Morto
Vivo
Não se sabe...

VISLUMBRES...

Eu sou teu homem
Tu serás minha mulher
Em outro mundo,outra vida
O presente nos afasta
O futuro não nos espera
Esse mundo bizarro,tua história,minha história
Dilúvio em lágrima me abraça
Tua presença irreal
Abraça,confessa e grita em mim
Verdade que a mentira se apossou
Fotografias não penduradas na parede
Uma família
Um nós
A sós...

quinta-feira, 23 de maio de 2013

DESPALAVRAÇÃO...


O papel em branco ou uma tela de computador
A caneta ou as teclas
Não importa o meio, o desafio está lançado
Dissecar  a palavra,fazer do texto uma descoberta
Ouça
O barulho do rio
O canto das aves
Crianças brincando
A cidade barulhenta
Passos apressados
Mentes em conflitos
O grito que a boca não profere
Alguém pedindo ajuda ou amor
A música implantada em tua mente
O silêncio que tanto desejas
A  calmaria da selva  e o medo que ela pode provocar a quem nunca a viu
Imagine-se num mundo a ser descoberto
A linguagem misteriosa da poesia
Tão clara, tão límpida...
Buraco negro a nos engolir
Despalavração
Objeto de escavadores
Disputam entre si o melhor prêmio
O  nada-tudo
Vazio de cada um...

VOCÊ...


Impossível não notar a força que o seu olhar contém
O brilho que emana e os sonhos que desperta
Ser atraído por ele é natural e fugir não convém
Curvar-se a sua atração magnética e sempre ficar alerta...

O cabelo que emoldura sua bela face é tentação
A vontade de sentir o  cheiro e fazer dele cobertor
Não,não é tão grande assim,é culpa da imaginação
Mas, mais que imaginar é a certeza de amar com fervor

Ah, boca que hipnotiza,sorver dela o mel que alimenta
Fazer dessa busca uma ação constante é enfrentar a tormenta
Boca que nega,contraria,desafia e por vezes permite-se vencer
É a glória, duas bocas que se encontram e deixam o sentir crescer

Seu corpo tão frágil-forte, é fonte preciosa e por ele se pode morrer
Ele,gerador de outras vidas,deve a todo custo ser protegido,preservado,amado...Sem perder o juízo
Como não se render a tamanha elegância?Só você para fazer alguém querer viver
Não, não pense que com isso dito a morte se busque,se quer ver a luz do seu sorriso...

As mãos que se vê flutuando no ar, acompanhando os passos que dá, fazem o coração flutuar
Ó dedos graciosos que afagam o rosto, sentir o roçar deles na pele ,é carícia desejada
Mãos que seguram outras mãos,que se entrelaçam e que unidas se põem a rezar
Você, é alguém por quem se reza encontrar e que nessa e em outras vidas sempre será amada...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

NA ESQUINA...


Não sabia que a rua era aquela
Caminhou lentamente
Não temia o desconhecido
Tudo estava mudado
O chão maltratado
As casas
As pessoas
O canto das aves ( como eram tristes agora )
As árvores teimavam em viver
Ao longe um rio debatia-se em suas últimas horas de vida
Ele percebeu
Seus passos começaram a se apressar
Alguém do outro lado da rua acenava
Tinha os mesmos aspectos físicos que ele
Segurava uma lanterna, os lábios pronunciavam algo
Pediam para que corresse
O outro acendeu a lanterna
Aproximou-se...
Na esquina a verdade, poderia ter sido em qualquer lugar
Mas aquela esquina, tantas vezes esquadrinhada, o emocionava
Seu corpo morrera ali, marcara encontro com a alma
Olhar as estrelas é o que restara
Nelas, o sonho , a vida...
Nas mãos um bilhete : “ o homem é o mal do homem...”

EM TODO LUGAR...


O peito pula acelerado,
As palavras se ausentam,
O sentir persiste...
O celular que não toca,
As mensagens que não são recebidas, aumentam o desespero
A dor em mim,minimizar não posso
Perambulo pelas ruas ,elas estão mortas
Tudo está morto sem ti
A casa
O trabalho
A vida lá fora
Aqui em mim os vermes tripudiam
Vês
Em todo lugar ,o velório persegue-me
Todos sabem que morri
Sem tua carne ( a fartarmo-nos )
Sem tua boca ( que de tudo me dizia, não tínhamos segredos )
Sem teu carinho...
Sei,não nasceste ainda
A esperança, teimosa,segura minhas mãos e me conduz
Será que és tu, que me lês agora?
Não, há sempre alguém pensando em outro alguém
Em todo lugar, tua essência me dá forças
O amor é solitário?
Não sei em quê acreditar...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Poeta do acaso...


 Não escreverei  poesias  sobre  qualquer  fato que surja
A vida embora ofereça motivo a todo instante
Não quer aparecer só para satisfazer a necessidade de alguém se sentir vivo
Raios que o partam e o transformem  em cinzas
O desafio de escrever é de dizer o que não é dito
Mesmo que se o diga
Uma dúvida pode ficar
Pouco importa a dor que sente
Se é que se sente
Somos todos poetas ou poetisas?
Claro que sim,alguém pode até pensar!!!
Acaso alguém perguntou algo?
Ser  poeta do acaso
Palavras certas na hora errada
Hora errada e palavras certas
Acaso estou diante de ti
Diante de ti, descubra-me
Guarde os despojos para os famintos
Lamba os beiços
Sorva de si mesmo a angústia
Se nada sobrar
Sou eu...

terça-feira, 2 de abril de 2013

Na tua cara...


  
O quarto já não está escuro
Cães rondam o pensamento
Nada está seguro
Flores ressecadas no vaso
Estão mais vivas
Fazem um réquiem aos homens
Legião de perdidos, sem rumo, à espera de uma luz
Impossível, vozes caladas estrategicamente
Ninguém percebeu os sinais
O corpo está leve
Esvaziado
Sem carinho para dar
Sem a sensibilidade
Sem palavras, nada mais importa
O que pesa
É essa língua a lamber o impalpável, o ar fétido
É essa ausência de vida nos corpos, a morte ainda não os salvou
É essa consciência, tão cantada,
Inútil, nas tuas mãos...
Sem ação a vida não é vida
O quarto já não está escuro...

quinta-feira, 28 de março de 2013

Pedras com asas...


Corpos despedaçados, espalhados...
A náusea é o menor dos sentimentos
O sangue tinge o chão
Os olhos de um corpo atravessam outros
Feito navalha o fedor corta a alma
Ninguém diz nada
Tudo segue a sua rotina
O rio banha lembranças
Árvores queimam de desejo
O colorido das aves ameniza o negrume do céu
Isso é pouco, isso é pouco, isso é pouco...
A voz insistente não cansa
Animais caminham sobre outros
A morte não os apavora
Ela é bem-vinda
Ela liberta
Isso é pouco, isso é pouco, isso é pouco...
Um gemido corta o silêncio
Animais caminham
Riso estampado, planos a realizar
As pedras na beira do rio criam penugem
Isso é pouco, isso é pouco, isso é pouco...
Vozes ganham fôlego, preenchem o espaço, ensurdecem
Será meu Deus o fim dessas almas?
Mais corpos boiam
A correnteza é o único funeral
Não há flores
Choro
Missa
Família acompanhando
Todos mortos
Isso é pouco, isso é pouco, isso é pouco...
Pedras criam asas
A cidade as faz tremer
O homem as amedronta
Elas ruflam as asas freneticamente
Param
Uma criança as detém
Olhos redentores
Cheios de lágrimas e esperança
Será?
As vozes se calam...

domingo, 17 de março de 2013

DEUSES...


     

A trombeta apocalítica ecoa mundo afora
Dando sinais há muito renitente
Eu sou melhor, milhares se curvam
E mesmo que eu os xingue, humilhe-os, afronte-os
Ah...Suas cabeças direcionadas ao chão não pensam
Dizem coisas por dizer
São fracos e sobre eles me estabeleço
Olhos meus amigos e amigas
Todos riem de seus súditos
A trombeta os adormece...
Cassandra minha serva fiel no mundo espalha as boas novas
Os meios de comunicação nos servem
É ótima a desunião
Os poucos rebeldes não dão conta
São invisíveis,virtuais
Há que se acreditar em algo para vida ficar mais fácil
Muitos nomes nós temos
Deuses,deuses,deuses
Niilistas procuram um ancoradouro
Estamos espalhados
Para qualquer lugar que olhar, lá estaremos
Sorrindo, na tua cara.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Por quê...


Por que insisto em um amor que não se mostra
Em um beijo que não é dado
Em vidas que não se cruzam
Em palavras que não irei ouvir
Em sonhos que não irão se realizar
Em olhares que não se cruzam
Por que busco a cada instante um toque da pessoa amada
Qualquer gesto de carinho
Os lugares que ela vai
O que ela disse, para quem ela disse e como disse
Ciúme? Por que esse veneno entranha nosso ser
Atormentando nossas vidas
Causando dor e tristeza sem fim
Ah... Algum dia haverá cura para esse Mal
Por que me curvo diante da pessoa amada
Será sua beleza, seu perfume ( essência única )...
Muitos dirão que é o Amor
Ele, em nós , se manifesta de diversas formas
Ganha concretude : em atitudes, palavras...
A ti Amor,rendo-me incondicionalmente

terça-feira, 5 de março de 2013

Somente tu...


O corpo tremendo por profundos desejos
Ânsia e hesitação nas mãos
A voz sumida
O olhar suplicante do enamorado
Tua foto em meu peito pulava
Eram as batidas do coração, os pulmões arfantes...
Minha alma arde por ti
Ah,coração perverso
Por que me maltrata assim?
A dor de amar pode se tornar insuportável
Tua imagem sai da foto
Conversamos horas, brincamos
Tua boca doce me sacia
Tudo a nossa volta some
Faço juras,uma vida não é suficiente para tanto
Sou e serei teu através do tempo...
Tua imagem começa a sumir
Lágrimas caem em meu peito
O rosto molhado
O medo de perder-te
Somente tu vives em mim
Amada de meus sonhos
Amor de que preciso
Pesadelo é viver sem ti...

...


Um grito desesperado
O homem dentro do homem morreu
 Sobrevive o medo aniquilador de tudo
Doce medo, amigo do pânico
Um beijo na testa
Amanheceu e a noite em mim aflora
Fantasmas a me perseguir
Rostos
Vozes
Odores
Mãos a me tocar
Insano riso a zombar
Sangue fétido, coagulado...
Corre nas veias
Turbilhão na rua
Silêncio em mim
Meus pés caminham junto à multidão
Asfixiado respiro
Diante de mim o abismo assustador de pessoas

domingo, 3 de fevereiro de 2013

...

O mundo lá fora é tão imenso
Em mim, ele se amplia
Sou tão pequeno
Os textos me cercam
Exigem nascimento
Tornam-me refém
Múltiplas histórias, tantos sentimentos
Como um para-raio, acolho-os
Eles nascem, embora a gestação tenha sido complicada
Não sou dono deles
Pertencem ao mundo
Sou apenas um mensageiro
Um escravo das palavras
Estranho no mundo...
Quem nunca se sentiu assim?
Busco as palavras simples
Elas dizem tanto
Abaixo o hermetismo
Ou não...
As peles que me cobrem são difíceis de sair
Tem alguém aí?
Percebas o quanto és um milagre
Em busca do meu eu, sigo
Todas as estradas me servem
Em mim, o tudo ou o nada