LÉO VINCEY - POETA,CRONISTA,CONTISTA ,LOCUTOR...


terça-feira, 28 de junho de 2011

A DOR DESSE AMOR...

Senti-lo intenso e não poder compartilhá-lo nem por um segundo causa desespero
Sufocada vivo,tu não me ouves,não me vês,não sabes da minha existência por mais que eu esteja sempre contigo
Invisível!Invisível!Tornei-me.Quantas vezes ao teu lado passei,quantos sinais já enviei,ah...tua sombra sigo
Ela toca a minha,vejo-as conversando e isso me alegra,torne real,dá a minha vida o mínimo de tempero


Todas dizem que me humilho,que perdi o amor-próprio,que sou louca por amar assim,que não tenho jeito...
Mas o que se sabe sobre o Amor?Meu coração inflama só de pensar!Tantas formas já usei para esquecer-te,só sei que amo e nada mais
Quando penso em ti,uma sensação que foge ao meu controle toma conta de mim e tudo se comprime,ainda mais o peito
Pego-me balbuciando teu nome,sinto tremores no corpo e como único alívio,embora breve,solto ao espaço os meus ais...


Ah Dor,só assim sinto-me viva,só assim dimensiono a alegria que poderia ser viver esse amor,estou entre o Purgatório e o Inferno...
O Céu é tão distante por causa de ti!Meu bem-amado,leva-me,aplaca essa terrível fome
A dor desse amor fez de mim egoísta,só penso em ti,sou tua,és meu e em qualquer lugar que eu vá escrevo o teu nome
Teu nome,palavra doce,música que me traz felicidade,meu vício,meu alimento,ele é tudo que há de mais terno


O Medo agora assoma a minha mente,assombrando todos os meus sonhos e o fôlego me tirando
Meu corpo em frenesi,a boca seca e a angústia de te perder me dominando
Perder o que não tenho ou o que nunca tive ou quem sabe o que nunca terei,só tu me tira o sossego meu amor
Como quero uma calmaria,a linha entre o Purgatório e o Inferno é muito tênue e ela só me faz relembrar a minha dor...

domingo, 19 de junho de 2011

INCONTROLÁVEL...

A dor que carrego no peito,ninguém a tem,podem até fingir
O vazio é imensurável,o sentir não se mede,só de pensar eu choro
Há muitas feridas em mim, ao longo do caminho elas me abraçam,tentando fazer-me rir
Rir...Já nem sei o que é isso,meu semblante triste e eterno já perdeu o brilho e diante do espelho eu coro


Ah Tristeza aguda que se impõe em mim, um alívio ao menos só por um momento
Dá-me,eu suplico avidamente essa graça,desde o meu nascimento Tu me acompanhas
Por mais que eu tente,sorrir já não posso,o coração ferido reclama e de mim Tu as lágrimas ganhas
Tuas irmãs ( ciumentas ):a Solidão,a Angústia proporcionam a mim o maior tormento


Como medir as palavras,se delas só conheço as amargas?Nenhuma me traz a vida,vivo sem cor
Como quero acreditar que elas têm o colorido e irão sem medo,comigo,para aonde eu for!!
Ingênuo!Ingênuo!Ouço a bradarem firmemente,mas uma vez percebo que de mim ninguém tem dó
Sinto o calor da Solidão,o abraço da Angústia e em delírio pressinto um beijo que me tornará pó


Incontrolável essa sensação que de mim se apossa e no ar ressoa a minha sina triste,triste,triste...
Caminho lentamente para o meu leito,se é de morte não se sabe.Ela chega a qualquer hora
Há quem A espere sorrindo,outros pouco se importam,para alguns ( talvez tantos )só a simples menção do nome apavora
O peito muito comprimido,a alma assustada e na face a brisa gélida reforçam uma terrível pergunta:"-Será que meu ser ainda existe?"

quarta-feira, 15 de junho de 2011

COMO NÃO PENSAR EM TI...

Abro a janela do quarto,o vento me saúda docemente e eu esboço um sorriso
A manhã tão linda se esforça a concorrer com minha alegria nesse instante
Ergo as mãos para o alto na tentativa vã de tocar o céu,nele o teu rosto me fez perder o juízo
Em minha memória,tatuado na pele e preso à alma,teu ser está e qualquer ideia contrária é apavorante


Dia tão longo,horas intermináveis ( o que fazer se a noite não chega? ) e a pressa começa a fazer tortura
Nada me chama a atenção,vivo a suspirar pela casa,no trabalho,na rua...Não tenho mais sossego
Se me perguntam o que tenho,respondo que estou doente,doente de amor,só a ti me apego
Louca!Louca!Louca!É o que escuto.Falam que o Amor morreu.Tão profanos!Não sabem o prazer dessa ventura


Sou tua e tu bem o sabes,como espero ansiosa o nosso encontro para que sintas a batida do meu coração
Emocionar-me contigo já virou rotina deliciosa e basta um beijo teu para que eu perca a razão
Há que se atirar ao Amor,por fogo,não permiti-lo comedido e é assim que me coloco em teus braços meu amor
Tirana de mim mesma,deixo escapar o reflexo do espelho,ele se ama e a ti faz juras de amar com fervor


Como não pensar em ti?Se é só isso que faço nessa vida,se é essa minha natureza
Já é sabido por ti que tua ausência,mesmo momentânea,causa-me transtorno e o meu peito parte
Ah...Enlevo em que me acho,peço que dure para sempre e ouso tratar o sentir com destreza
Escuta meu amado a minha respiração,ela só emite um som:"-Vivo pensando em ti,pensando em ti,pensando em ti...

domingo, 12 de junho de 2011

O PECADO DE AMAR...

Dizer o que sinto ou o que sentimos é lugar-comum,nossos olhos denunciam a todo instante
Cuidado!O temor é um risco e arriscar é privar-se do que há de vir,seja bom ou mal
Mal?Há quem possa julgar assim,confesso o que sou ou o que fui e nessa descoberta,tornei-me um errante
Se fui e ainda sou não sei,o amar é inconstância e o que mais faço é definir,perdi a competência para tal


Quem não quer amar e ser amado?Ou amada?Há crimes que se cometem e talvez possam ser perdoados...
Sentado,com o computador ligado,disperso no mundo virtual,sei que está dormindo,meus olhos se dizem cansados
Não,não me conduzirei ao descanso,quero antes um motivo e isso vivo a caçar,onde você está mulher de minha vida?
Muitas imagens eu vejo e com elas sonho,ó que pueril eu sou a chamar um rosto de minha doce querida


Sou um pecador confesso e por isso serei julgado,se uma oportunidade eu tiver,o seu beijo eu roubo
Não ficarei corado,nem esboçarei um riso,mas antes esperarei um tapa pelo atrevimento
Quem quer a conquista se atreve,não calcula os riscos,é desmedido e não se preocupa se houver ferimento
Ah,Amor por mim buscado,minha vida solitária quer encontrá-la,sou tomado pela inconstância ou por um arroubo


Certo de uma única rota:amar intensamente e nada mais no mundo buscar,mesmo que me forcem
Eu juro,muito solenemente e sinto meu coração estilhaçar de tanta vontade sem medo de errar,
Que estarei perdido,se acaso negar uma Verdade absoluta:Os seus carinhos por mínimos que sejam...eles me aquecem
Quando o frio chegar e meus olhos fecharem para sempre,há de estar em minha lápide:o pecado de amar é não amar...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

OLHANDO ESTRELAS...

Perdido nos múltiplos de meu ser,não me reconheço
À sombra de amores ansiados,qualquer benevolência é uma alegria
Sussurros ao longe se aproximam,parecem rir de mim,nesse instante padeço...
A felicidade efêmera se afasta,a instabilidade domina-me,é minha sangria


Ah...Vontade louca de Amar,um desejo que não se esconde,olhos chorosos imploram
Uma só palavra basta,ela não é proferida,tanto sentir desperdiçado,vem,aproveita
Pegue em minhas mãos,caminhemos juntos,quando me recostar,no meu ombro a sua cabeça deita
Que alegria imensa!Mas,será ilusão?Sonho?Loucura?Pesadelos me devoram...


O céu é o meu telhado,meu mundo,minha casa não tem portas,janelas nem paredes,sinto um calafrio
Vivo a vagar,buscando apagar a solidão que me tortura,não sei quem sou nesse momento
Um fantasma de mim mesmo talvez,suspeito não ter mais salvação,resta-me fazer um lamento:
Ó Estrelas que vigiam-me,zelam-me,amores de minha alma,estou cansado de tanto frio!!!


Olhando estrelas...olhando estrelas...É só o que faço,sinto o seu perfume a todo instante...
Ah Amor que de mim está distante,quando o céu chora,acompanho-o nessa dor lancinante
Seus cabelos,olhos,pele,boca,formas,de mim se aproximam,seu brilho me cega
Não,não é loucura!Seria tanta maldade.É um anjo que ao menor toque meu corpo se entrega...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

UM ANJO...

Tua boca proferiu uma palavra e a partir daí não me sinto mais perdida
Meus passos acompanham a batida do coração,inquietos,deixam zonzo o quarto
Dói demais amar assim,presa a essa ansiedade pressinto um infarto
Não há remédio para os males do amor,busca-se o que maltrata nessa hora,a ti sou agradecida


Tudo tem seu tempo,dizem,e eu te vi no momento em que havia abandonado as esperanças
Renovada fiquei,o Amor,teimoso,renasceu;com ele a vontade de viver e desejar ao máximo as bonanças
Guardada estou em teu peito, como quero te proteger!!!Não me impeças,faze isso por mim
É o teu privilégio,tua sina,tua natureza...Não,não,não quero que essa sensação tenha fim


O brilho que te envolve chega a cegar-me e cada vez que te olho mais eu quero
A tua luz me alimenta e seduz,ah...ser de enorme claridade,de ti a Escuridão tem medo
Tua forma em minha forma se completam,somos um e o que faço por ti é com muito esmero
Ao teu abraço,carícias,rendo-me;a ti sou aprisionada,completo-me e se por ventura o sono me vem,digo que ainda é cedo...


Amor,palavra que me deu vida e a ela ouvi e sigo e na busca incessante de te agradar eu me arranjo
Dorme,dorme...ó homem dos meus sonhos,se acaso Orpheu se aproximar,fuja,pense em mim
No sono também zelo por ti,ao menos aí,permita-me cuidar de ti,é só assim,só assim...
Vou ousar,vou revelar o segredo muito guardado e dizer a quem puder e quiser ouvir:-"Eu vivo com um Anjo..."

domingo, 5 de junho de 2011

ACEITA-ME...

Eis-me aqui,aos teus pés,não trema meu amor
É muito o que tenho pra te falar,também estou nervoso
Senta-te,trouxe um jarro com flores,o cheiro é gostoso
Teu sorriso confirma,o gesto que farei é simples,símbolo de meu fervor


Lavo os teus pés agora e sempre para que saibas o quanto te venero
Na estrada da vida , quando te cansares por algum motivo,lembra-te deste momento
És única no mundo,meu tesouro pra toda vida,contigo suporto qualquer tormento
Os filhos ou filhas que teremos,verão em nós a pureza do sentir sincero


Teus pés pressentem os meus carinhos,a água cai lentamente,sabedora de tua importância
Sinto o fluir do sangue ,o calor que ele emite,beijo-o com submissão e ternura
As pétalas também partilham desse instante,deslizam sobre ele e deixam sua fragrância
Teus caminhos são meus e os queremos perfumados e tudo enfrentaremos com bravura


Permita-me a ousadia,há um único pedido a fazer,mas antes disso,vês que peguei a toalha
Enxugo calmamente,a tensão é grande,não me importo se estão vendo,a voz falha
Respiro fundo e tu apuras a audição,estou absolutamente rendido,uma palavra me consome
Bem sabes que te amo,sinto-me pronto para ouvir a resposta,por favor,aceita-me...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

TEMPESTADES...

Eras por mim que esperavas e eu nem suspeitava
Na busca vã da felicidade há muito desejada
Espinhos feriram-me na busca incerta da amada
Ignorei por completo que diante de mim a alegria estava


Confissões nunca realizadas, a incessante procura por uma cura
O beijo libertador,sempre esperado,o gesto que me aliviasse,uma brandura
Ah amor,quão cego estou,cura-me,aplaca essa imensa dor
Desejo profundo de amar sem juízo,só um leve toque ou olhar,causa-me fervor...


És ilusão? Torturas-me? Vem,podes chegar, o que queres também quero
Abraça-me sem demora,Ui! Que torpor!Não pretendo que me acordem
Sonho? O destino não seria tão cruel,só uma leve dúvida mataria esse ser sincero
Se queremos isso, basta! O teu gosto,múltiplos sabores,pelos quais me desespero,consomem


Ah!! Tempestades que em mim se formam e das quais não quero proteção
Trovões! Raios! A lama é minha forma,se eu disser que te amo, é pouco
Tudo que faço,penso ou sinto só é a ínfima parte de minha devoção
Mais uma vez,confirmas,selas-me com um beijo,quero provar que não sou louco...