LÉO VINCEY - POETA,CRONISTA,CONTISTA ,LOCUTOR...


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

DUAS EM MIM...

Uma voz tímida se retrai a cada instante
Louca pelo mundo,sedenta de vontade
Grita,esperneia,chora...sob ansiedade
O furacão vivo a domina e ela cai errante...

A voz firme de veludo ri e a tudo quer
Só ouve a si,persegue,prende,explora,mata.
Esconde-se sob o manto,só faz sofrer
É a única ouvida,admirada e idolatrada...

Duas em mim se encontraram: irmãs inimigas
Em conflito vivem,sem saber vencedoras
A qual me entregar não sei,quero as duas,sou delas

Uma ainda vence,a outra não se cala,só intrigas
Vivem a consumi=las,não são pecadoras
No meu corpo habitam as cruéis sentinelas.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

EM ALGUM LUGAR...

Cadáveres caminham sem destino,a Morte os acompanha
Entre conflitos constantes eles vivem e não há uma alma que se importe
A autofagia toma conta,a dor é um alívio para quem não espera mais nada nem tem sorte
Vozes vociferam por ajuda e tudo que se pode mastigar,a mão lépida apanha

É tanto sofrimento,não se pode apelar aos céus,os deuses estão em conflito
A imagem é cruel,o fim trágico é inevitável,só Amália que vê,só Amália que vê
Lágrimas de uma geração fantasma banham a Terra e a terra faz um apelo aflito:
"-Por quê?Por quê?Por quê?Se até eu tenho fome e esse alimento não me dê."

Tu ,terra,precisas de adubo,aceita o sacrifício que todos dão,isso não será em vão...
"-Tenha piedade,é crime o que eles fazem,como cama só possuem o chão
Só Amália que vê,só Amália que vê e toda vez que penso nela,meu peito se agita
Ela é tão linda,a minha respiração se esvai a partir do momento que ela grita...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

AI DE MIM...

Sou alguém que sofre de solidão
Só quando me vejo,tenho vertigens
A luz me cega e é só escuridão
Um grito tento,fico nas nuvens

Imagino o aroma e o gosto tão intenso
Da boca que nunca beijei,ó amada
Cruel é querer dor diminuída,
A vontade é carrasco e em ti só penso

Um aperto sinto e é madrugada
Tu dormes em algum lugar sem mim
Vivo só ,amor,com a alma marcada...

Tua face eu vejo e esse é o meu fim
O que posso querer?Tenho saudade,
De amar tanto até ver a claridade...

sábado, 8 de outubro de 2011

PORTO VELHO,MEU AMOR...

A memória registrada em flashes,olhos esperançosos pedem socorro
O banzeiro da saudade traz o cheiro do rio,é tão doce o sabor
Na beira do rio anzóis abraçam mandis,pacus,tambaquis,barbas-branca...
Do candiru eu me afasto,da rede vejo que uma outra rede impõe medo,(in-)defeso estamos"
"Até quando?Até quando?Até quando?-diz o vento para a copa das árvores."
Cai N'água ,Cai N'água, é tão bom nadar na beira do rio,brincadeiras inocentes,comendo piabas para ser bom nadador
As Três Marias de mãos dadas olham o pôr-do-sol,da água delas já bebemos e ganhamos força,o que seria de nós sem elas?
Fala para a Candelária que eu não a esqueci,torço para que ela não tenha um triste fim,sobre ela há muitas histórias para contar...
PIUÍ,PIUÍ,PIUÍ,o apito estridente da Mad Maria nos assombra,Ferrovia do Diabo não existe mais
O presente promete.Será?Será?Futuro incerto.O passado ainda teima em sobreviver
Reais mecenas,mesmo desarmados,vão à luta,a paixão que cega os move,não usam óculos,encaram o combate homérico,epopeia revificada...
Meu amor chama-me para dançar,prometo não pisar nos teus pés
Apoia teus braços em meus ombros e me conduza,da tua cintura não largo,sou fruto de ti
Tu vistes muitos chegarem e os que ficaram aprenderam a te amar e defender,outros chegam outros tantos vão chegar,tu os acolhe
Ah que saudades do velho do Porto,no Porto eu me comporto como uma criança,Porto Velho ,meu amor de todos os sentidos.