LÉO VINCEY - POETA,CRONISTA,CONTISTA ,LOCUTOR...


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dois corações , um corpo...

Ah ser dividido por sentires opostos, mestres que corroem o corpo frágil
Há em mim duas vontades extremas,imperiosas por natureza impõem a lei
O coração,terra fértil,deixa-se levar ,quer enfrentar o mundo,crendo que tudo é fácil
Doce ingenuidade,prazer infindo num coração assim,solo que nunca queimei...

As artérias suscetíveis a tudo,creem nos amores instalados e por mais que sofram,prosseguem
A força é nítida e amar mais e mais sufoca qualquer dor,as lágrimas são provas reais
Nesse motor não há regras instituídas,o bem-estar é a sensação que domina,não,não neguem
Não neguem vida a quem mal aprendeu os caminhos do amor,alguns são letais

Morrer de amor,quem um dia não o quis?Essa válvula vibrante teima em viver assim,loucura
Ah loucura,só por amar,o sangue quente escorre no corpo,estar vivo é o que importa,depois?
Só o agora interessa para quem tem pressa de amar,mesmo que a lição seja dura
Coração infante,eterno guerreiro,Quixote o aplaude,vem meu herói,aperte mais esses nós...

Eis que o Outro se levanta e brada incessantemente,impondo o negrume de sua grande dor
Amor?Que nada! Em mim a pedra se fez matéria,meu chão estéril crê piamente na solidão
De dúvidas não vivo,nem as lembranças têm dó de mim,ingênuo não sou,sigo o meu rigor...
Essa voz tão terrível ecoa em meu peito,acentua as amarguras e me prende na escuridão

Amado,talvez eu seja, a desconfiança se alia à mente e me conduz a certezas cruéis e só
irmãs que me acompanham a vida inteira,o mundo é cinza e meu coração só vê tristeza
Meu corpo,uma máquina de amar insensível,o sentir em mim não se reflete,é aspereza
A dor que gera dor crescente ilude a esperança que não tenho:amar.De mim não tenho dó

Dois corações ,um corpo... seguindo um dilema feroz que perturba a alma e dilacera o peito
Dueto que se tranforma em mútiplos de um ser sedento de amor e outro incrédulo na tranformação
É possivel?Vale à pena?O que seria de mim sem amor?Amor que me illumina,minha perdição
Ah irmãos,decidam o que querem,deem as mãos,nem que seja no meu derradeiro leito...