LÉO VINCEY - POETA,CRONISTA,CONTISTA ,LOCUTOR...


terça-feira, 14 de abril de 2015

Desejo pulsante, incontrolável
minh' alma assexuada em transe
corpos na mesma direção e escolha
Nada é proibido
devoro a fome a me devorar
o que é o pudor onde não há lei
Tudo é normal
nas brechas escorre o sangue
vem sem medo
o preço da convenção, desordem
em ordem se quebram os limites
barreiras da hipocrisia
o meu corpo o teu corpo é só nosso

Queimemos o sonho
pesadelo é ser real
Ela me sodomiza e entro em gozo
cava cava cava cava
no buraco negro em mim
é magia
é abdução
é esquizofrenia
dela sou escravo, acolho os açoites
com flores no olhar
é palavra apenas
a destilar na boca a cura
Na travessia da vida estrada
cada instante insubstituível
marcando o passo o coração artificial
Nos olhos de um louco a esperança
meus pés caminham com ele
etilicamente espanto os anjos na solidão
se demônios são pouco importa
Cada respirar pode ser o último
Cria da mídia ergo a etiqueta
cliché de comercial
no caminho o prazo de validade
desespero é ser esquecido


A gente era o que nunca será
a gente é o que se acaba no agora
constantes inconstâncias na mudança
Não está vendo a chuva que inunda
aqui um sol escaldante
em um rio que sempre se renova

A gente se efêmero ou eterno segue
com a boca seguro a tempestade
nessa babel diluída pelo tempo
pedaços de mim ecoam nos olhos desse instante
Teus olhos em mim na busca do eu
um eu a se perder em ais
tatear de mistérios em nós
os beijos abraços o êxtase a solidão
o grito no abismo o amor
e no cais a chave.
Sob a pele, o vidro
sob o vidro, o líquido
sob o líquido, a alma
sob a alma, o ferro
sob o ferro, a nuvem
sobre mim, a vertigem e o nada.
Não pertence a ti o tempo
se escorre se escorre se escorre
no mesmo caminho os teus passos mudanças constantes
No que há além do nunca chegar
recomeço
o tempo se escorre se escorre
es um número es história
na varanda lembranças de ti
olhos saudosos suspiram
So há solidão na multidão
o tempo se escorre
pouco importa a contagem
o abraço final chegará
só viver interessa

O tempo
se
e
s
c
o
r
.
Não desdenho do Amor
dele dependo
há quem o considere viciado a falar línguas
amada, em ti e por ti fiz minhas preces
sentimentaloide, eu?
puro sentir a ecoar em tudo
em tudo um novo olhar
as tuas mãos enxergam
voam em mim
na fusão de nós, o frenesi
antes, durante e depois
Mergulho no abismo de mim
ouço os deuses do Continente
na queda a todos me apego
em cada rosto a imaginação humana
a voz lá no fundo grita
"pra quê? pra quê? pra quê?
não importa o chão
só a descoberta
o mergulho
o encontro
seja com quem for
no eu a mergulhar em si
O número
na parede
no muro
na lápide
no tempo
A voz
no silêncio
no ar
no olhar
na escuridão e na luz
O rosto
na memória
no coração
na multidão

A emoção
na história
no papel
nos olhos de agora
e de sempre.