Na teia da palavra
Anotações aqui
e ali
Busco um poema
perdido
Apalavrado em
mim
Foi-se
inspiração
Foi-se
transpiração
Foi-se
qualquer tentativa
Ceifar de
ideias na poesia
A palavra é
meu gigolô
Puto
dela,humilde por conivência
Sirvo a essa
senhora
Para mim as
mais sórdidas
( ela me
oferece )
Outras nem
tanto
Raríssimas,as
de alívio
Na construção
da poesia uma teima,um tema a colidir com a vontade
Quero tanto um
poema-novo
Desses que
atravessam séculos
Desses que a
todos encanta
Um poema assim
ainda nascerá
( somos
tantos,vozes me dizem )
Serei o autor?
A palavra de
mim gargalha
Como dona de
mim avança
Com o chicote
lambe minha alma
Quero mais !
Quero mais !
( grito )
A poesia que
se exploda
(
heresia,dirão alguns )
Quero o poema
Na sanha dessa
busca
Paro,olho uma
criança a saborear o miolo de pão
Sinto o cheiro,o
sabor,a alegria,o prazer...
Eis aí o
poema,intenso como a vida
Largo a caneta
e minhas retinas não saem dessa criança
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