Um dia como
tantos outros
Em seus
momentos únicos
Na inquietante
tranqüilidade
Os olhares
dizendo
As mãos
nervosas
A respiração
cardíaca
Naquele verão
ou inverno ou primavera ou outono
Estações
mutantes a invadir territórios
Um dia como
tantos outros
Em seus
momentos nostálgicos
Sons
apressando pernas
A vontade
arqueando ombros
O corpo
definhando alegria
O inferno
tatuado no peito
Naquele instante
lúcido a zombar do existir
Um dia como
tantos outros
Em seus
momentos de fraqueza
O emprego o
salário o aluguel as despesas
Estômago a
sorrir no purgatório
A certeza da
incerteza no correr da vida
O medo
acompanhando a coragem
Naquele
segundo epifânico do ser
Um dia como
tantos outros
Na hora triste
da partida
Companheiro
atemporal a registrar ecos
Beija a boca
do invisível
A despedir de
si sem existir
Um dia como
tantos outros...
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