Corpos
despedaçados, espalhados...
A náusea é o
menor dos sentimentos
O sangue
tinge o chão
Os olhos de
um corpo atravessam outros
Feito
navalha o fedor corta a alma
Ninguém diz
nada
Tudo segue a
sua rotina
O rio banha
lembranças
Árvores
queimam de desejo
O colorido
das aves ameniza o negrume do céu
Isso é
pouco, isso é pouco, isso é pouco...
A voz
insistente não cansa
Animais
caminham sobre outros
A morte não
os apavora
Ela é
bem-vinda
Ela liberta
Isso é
pouco, isso é pouco, isso é pouco...
Um gemido
corta o silêncio
Animais
caminham
Riso
estampado, planos a realizar
As pedras na
beira do rio criam penugem
Isso é
pouco, isso é pouco, isso é pouco...
Vozes ganham
fôlego, preenchem o espaço, ensurdecem
Será meu
Deus o fim dessas almas?
Mais corpos boiam
A correnteza
é o único funeral
Não há
flores
Choro
Missa
Família
acompanhando
Todos mortos
Isso é
pouco, isso é pouco, isso é pouco...
Pedras criam
asas
A cidade as
faz tremer
O homem as
amedronta
Elas ruflam
as asas freneticamente
Param
Uma criança
as detém
Olhos
redentores
Cheios de
lágrimas e esperança
Será?
As vozes se
calam...
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