LÉO VINCEY - POETA,CRONISTA,CONTISTA ,LOCUTOR...


sábado, 26 de julho de 2014

Distâncias...

Entre o meu olhar e o teu, frações de segundo
Dos teus braços aos meus, o relâmpago
Lembra as horas e horas a andar pela rua,em frente a tua casa
Se me achavam perdido,esquisito,o que pensavam,não eram minhas preocupações
Só pra te ver à janela ou andando pela casa ou fingindo que não me via
Tudo valia
Valia e vale respirar o mesmo ar que o teu
Lembra do meu desespero ao te ver adoecer
Das loucuras que fiz pra te ver cuidada
Das noites ao teu lado velando o sono
Só tinha uma fome,a fome do teu sorriso
Venero a ti um absurdo, mínimo de minhas ações
Sou teu por completo
Pele e osso
Carne e alma
Avesso do avesso
Distância, palavra que nos aproxima
Da tua boca a minha um suspiro
Sufoca o ar nesse instante


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Estranha flor...

Demônios em mim se manifestam
Exorcizá-los,não quero
Dias e noites caminham pela ruas,estradas,vielas,becos e afins
Só o bem praticam
O mal abominam
Meu corpo,templo sagrado,totem multifacetado
Contorce-se nas verdades reveladas
Maniqueísmo aflorando no siso
Dualidade em mim averbada
Cuspo na cara da fome,da fartura,da covardia,da coragem...
Sigo definhando um a um os demônios
Plasma a revelar os despojos
Pouco a pouco outro ser se forma
Na forma o homem casulo
Larva a se espalhar
Cupim a infestar o mundo
Com a lupa,pela abertura em mim,vejo uma flor sideral
O perfume dela arfa os seres
Pertenço a outra galáxia
Fui plantado aqui
Experiência a destruir o que os olhos vêem

No fechar da visão tudo se revela

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Na paz dos teus braços...

Entrego-me a ti em todos os momentos
Se a distância nos aproxima
O que dizer de quando estamos juntos
No desenho do teu corpo,o meu ,encaixe perfeito
Tua luz sigo,é meu destino,nela me guio,da escuridão me tiras
Viver ganha uma dimensão inimaginável
Nossos pequenos gestos os mais caros são
Os clichês românticos nunca se desgastam em nossos dias
O dormir só é mais belo se em tuas mãos tocar e em tua testa beijar
Passe o tempo que passar
Nas desventuras inevitáveis do viver
Um lugar é sinônimo de paz
Os teus braços
Ah,se muitas vidas tivesse...
Se houver o além
Ciclo esperado
Nele estaremos


terça-feira, 22 de julho de 2014

Cantilena...

Debaixo da terra as flores embalsamam o ódio
Pétalas caem do céu perfumando a agonia
A vida produto de liquidação
Espalha-se nas paredes invisíveis
Do outro lado nenhum lado, caleidoscópio
Mãos farpadas em fogo acariciam rostos
Gritos de desespero.lágrimas e dor  consolam o nada
Intifada fardo siônico
Nos muros do medo e terror
Cinismo humanitário
Sob o teu olhar o meu a abraçarmos o pavor
Séculos a perseguir a ladainha
Cantilena de paz a adormecer o tempo
Em mim o espasmo

Em nós a chave na fechadura de fumaça

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Vertigem...

Assopra,assopra
Assopra um pouco mais
De ti a essência se esvai
Aos goles
No gastar das horas ao correr da vida
O ponto de partida,a chegada
Antessala do silêncio
Escuta a cor do café à mesa
O vapor o aroma o gosto
No paladar a alma
Pela língua viagem ao interior
Degustar da escuridão no infinito do ser
Bem lá no fundo o começo do precipício

Caos a se equilibrar na esperança

Conquista...

Desejar o mel da tua boca amada
Sorver o néctar do límpido gosto
Em tuas mãos a face apertar
Mirar nos olhos o enlevo encanto
É provar do melhor que na vida há
Dos braços o suspiro louco
No encostar dos ossos a doer no além
Em ti os ais a ninar o vento

Em mim a paz de te ver por dentro

domingo, 20 de julho de 2014

Emparedado...

Monstros na parede vociferam
Dentro e fora
Dilui-se o meu
Espectro a fantasiar realidade
Realidade intangível
A parede na parede da vida estamos sóis
Gelo a aquecer o inferno
Pelo orifício
Encontro no lado externo de mim
Em minha mão a outra mão o eu no conforto da caverna

Somos invenções de nós

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Ablepsia...

Eis ao que se propôs o poeta
Olhar além do próprio umbigo
Visceral decisão
Inconcebível,torturante para ele
Do alto de sua grandeza,seria um absurdo
Nefelibata por natureza
Avesso aos pares
( os dele eram escolhidos a dedo )
Ignorava os que brotavam junto dele
Fã dos clássicos e dos grandes
Amava termos eruditos,construções frasais estranhas
Além do próprio umbigo
Além do próprio umbigo
Uma nuvem entoava
Flexibilizar convicções,uma necessidade
Com muito custo os olhos deslizam nas palavras simples,no apoético e nas banalidades
Pouco a pouco esqueceu-se do umbigo,de si
Os olhos enxergaram longe
Havia outros iguais a ele?
Ecos do silêncio...


Encanto...

Quem não quer um amor
Desses de passar horas e horas suspirando pela pessoa amada
Desses pra entrar e ficar na história
Na história de quem o vive, é o que importa
Quem nunca teve aflição pela chegada de quem se ama
Quem nunca chorou por um amor, por um desencontro
Quem nunca sentiu a cada gesto ou palavra da pessoa amada um amor selvagem dentro da alma
Amor,objeto de muitas comparações
Fonte inesgotável de dizeres aqui e ali
“Pra sempre vou te amar “,”Eu te amo “ Tocam muito em quem ama e é amado
Vivo o encanto do amor
Ver-te verte em mim sensações que palavras não explicam
Teu encanto é meu ópio,minha cura
Se somos encantados
Desejo do coração



No fechar dos olhos...

Fruto de uma transa casual,do desejo,do amor ou criação de laboratório
Teu destino é um só
Alimentam-se os vermes
Do teu riso
Da tua dor
Da tua esperança
E do grande engano a que chamas de Amor
Amor,ah...Cada um tem o seu
( mesmo que imaginário )
Mas o ódio comparsa do ciúme vive a atazaná-lo
Aos fracos do estômago e afetados e aos que se julgam insensíveis
Vive-se de ilusão no mundo
Pus,ferida aberta,carne podre ambulante
És memória,lembrança,esquecimento nem o pó ficará
O outro mundo ou outro lado não existe
Viver o inferno ou o paraíso é no agora
O purgatório espreita com escolhas que não se têm
A morte é o engano da vida
Morre-se a cada segundo

No fechar dos olhos no para sempre de todos os dias

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Antes que seja tarde...

Meus passos seguem impulsionados pelo coração
Ter certeza é um inferno
A dúvida acalenta e desespera
Prefiro assim
Entregue a ti estou
Sei o que sinto
Amo sem cobranças
Por ti de tudo sou capaz
Tua amiga, companheira, amante ( até algoz ) em mim se faz presente
Teu constante sorriso, minha missão
Fiz-me frágil ( assim o dizem ) por ti
Bem o sabes
Os copos, pratos e objetos em ti atirados
( momentos de insanidade, como controlar o que se sente? )
As roupas rasgadas, atiradas na rua, os barracos...
( indesculpável, eu sei )
Se há amor assim por aí, pouco importa
Sou única
Cada mulher é única
Será que o sabes?
Antes que seja tarde e nossas forças se esgotem e tudo que sonhamos se vá
Vivamos apenas
Vivo em ti
Deixemos nossa marca no mundo, frutos de nosso amor
Essa é minha mais preciosa declaração
Antes que seja tarde, vem


quarta-feira, 16 de julho de 2014

O silêncio...

Não vou me calar
Não posso, não quero
Gritos a ecoar dentro de mim
Sons cadenciando a marcha fúnebre
Na prisão do corpo, olhos cerrados
Bocas a sussurrar sobre mim
Perplexo, do teto, um eu me observa
Segundos eternos nos olhando a contemplar o nada
Turbilhões de pensamentos
Assim bailava o eu no aqui e ali de ideias
Mãos me carregam e juntos flutuamos
Na  estrada ecos a costurar o horizonte
Pouca gente nela, se sinceras o não, me doei sem importar a dor
( que fiz eu no meu  caminhar? )
Caminhar na penumbra em busca da luz
O que incomoda é esse silêncio
O tempo é curto pra dizer o que sente ou pensa
O silêncio diz muito, importuna
As mãos me apertam, o que dizem?
Quanta eloqüência nos momentos tristes e alegres
Para,fecha os olhos,respira fundo e o que dirá o teu silêncio
Segredos atormentadores, talvez
Lá fora a solidão me sangra


terça-feira, 15 de julho de 2014

Entre nós...

Há algo no mundo perene
Senti-lo é inevitável
Busca declarada ou em segredo
Vício a consumir a vida
Todo gesto é válido
Quanto mais se sente mais se quer
Tu em mim és tempestade e calmaria
Lembra dos nossos olhares,do brilho,das tantas coisas ditas
Lugar-comum dizer que ali me perdi
Sou perdido mesmo
Perco-me em teus braços,
Nos teus humores
Nos teus afagos
Em tuas unhas
Na taquicardia que provocas
Em ti sempre me acho
Não quero saber de definir o amor
Quero senti-lo da forma que vier
És perfeita na imperfeição de todos nós
Sagrada és para mim
Entre nós os nós que desatamos

No laço a que chamamos de Amor

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A chuva...

As folhas se regozijam com o toque
Abre a boca o chão de sede intensa
Os rios dançam em banzeiros gratos
( seres dentro deles celebram )
O mar se perfuma com o toque
Tudo muda com a sua chegada
Se bem ou mal,a culpa é de quem?
Crianças brincam felizes no meio da rua
Nem o grito dos céus e seus  raios põem receio
Chutam poças, se enlameiam, risos que o universo escuta
O tempo não existe para elas
( nunca existiu,invenção dos homens )
Muitos olhos sentem vontade de estar com elas
Aqui,da janela,uma febre em mim
Um corpo e mente deixaram de ser criança
As lágrimas divinas lá fora contrastam com as que me molham
Vejo a chuva passar e com ela minha vida...